As pesquisas sobre aspectos psicológicos da obesidade se desenvolveram e aceleraram desde 1950. Sabemos que as formas de enfrentamento dos problemas como descarga emocional estão associadas a comportamentos alimentares inadequados. Indivíduos inseguros, com emocional irritadiços, nervosos ou com dificuldade para lidar com situações estressantes tendem a descarregar seus sentimentos e frustrações fazendo a regulação das emoções através da comida. Até porque a comida é algo de fácil acesso.
O alimento atua como uma distorção temporária para a sensação de ansiedade, exercendo a função de um reforçador negativo, criando um ciclo vicioso que deve ser quebrado.
Comer proporciona um alívio imediato (o que fortalece o seu poder), mas assim que o indivíduo para de comer, o sentimento volta associado à sensação de culpa por ter comido.
A maioria das pessoas que comem exageradamente fazem isso como recurso compensatório para suprir situações de tristeza, depressão, ansiedade e raiva. A alimentação adquire a função de “enfrentamento” de conflitos interpessoais e situações de estresse.
Embora o emagrecimento requeira mudanças de hábitos e comportamentos alimentares, mostra-se necessário, também, realizar reestruturação das cognições disfuncionais que sustentam o mau hábito alimentar.
Pra gente ter sucesso aqui, o foco é no monitoramento dos comportamentos alimentares, na prevenção de comportamentos compulsivos. Vamos treinar o autocontrole, a reestruturação cognitiva e trabalhar no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
A dificuldade de manter-se em uma dieta saudável pode estar associada a um conflito de objetivos. Esses objetivos seriam o prazer de comer e o controle do peso. A maioria das pessoas que tentam manter uma dieta saudável falham quando encontram-se em ambientes com ampla disponibilidade de alimentos calóricos e atraentes, pois acabam colocando o objetivo de ter prazer através da alimentação antes do objetivo de manter um peso saudável.
Frequentemente, pessoas que têm dificuldade para manter um peso adequado acreditam que não emagrecem por terem um metabolismo lento. De acordo com Beck (2011), raramente esses indivíduos têm um problema médico que os impeça de perder peso. No entanto, apresentam padrões de pensamentos disfuncionais e comportamentos inadequados em relação ao objetivo.
Depois que esses indivíduos aprendem a mudar a forma de pensar sobre a alimentação, passam a ser mais capazes de comer mais devagar, percebem de fato o que estão comendo, apreciam a comida sem culpa e persistem em uma dieta, e assim alcançam melhores resultados.
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